O intestino das aves desempenha um papel muito além da digestão: é nele que começa a defesa contra patógenos, o aproveitamento real dos nutrientes e a construção da performance zootécnica. Mas alguns manejos comuns, como vacinação, exposição ao calor e troca de dieta podem comprometer sua integridade sem deixar sinais visíveis.
Continue lendo para entender o impacto silencioso desses fatores sobre a saúde intestinal, os efeitos sobre o desempenho e como preservar a qualidade intestinal mesmo em momentos de desafio.
Qual a função do intestino nas aves?
O intestino é o principal órgão de absorção de nutrientes nas aves. Mas sua função vai além da digestão: ele atua como barreira imunológica e centro de comunicação metabólica.
É responsável pela digestão e absorção de aminoácidos, vitaminas e minerais, além da produção de enzimas digestivas que favorecem o aproveitamento da dieta.
Também funciona como uma barreira física contra patógenos, estimulando a produção local de anticorpos e linfócitos, essenciais para a defesa do organismo.
Outro papel fundamental é a interação com a microbiota intestinal, que contribui para o equilíbrio imunológico e a saúde do trato digestivo. Quando o intestino das aves está íntegro, há melhor conversão alimentar, menor desperdício de energia e maior resistência a doenças entéricas.
Quais os principais prejuízos às aves causados por fatores ambientais?
Fatores como vacinação, estresse térmico e mudanças alimentares fazem parte da rotina das granjas. Apesar de muitas vezes passarem despercebidos, esses eventos podem impactar negativamente a saúde intestinal das aves e refletir no desempenho zootécnico.
Vacinação: necessária, mas exige atenção ao intestino

A vacinação é uma ferramenta indispensável no controle sanitário das aves. Ao estimular o sistema imunológico, desencadeia uma resposta inflamatória natural que demanda energia e nutrientes para sua resolução.
Esse processo pode levar, de forma transitória, à redução do apetite, ingestão de água e alterações no trânsito intestinal. Em aves jovens, com o intestino ainda em formação, essas alterações exigem atenção redobrada, pois podem afetar a integridade da mucosa e abrir espaço para desequilíbrios na microbiota.
Por isso, associar a vacinação a estratégias que preservem a saúde intestinal é uma decisão que protege o desempenho e a imunidade ao mesmo tempo.
Estresse térmico: um vilão invisível do intestino

Altas temperaturas obrigam a ave a redirecionar o fluxo sanguíneo para a pele, diminuindo a irrigação do trato gastrointestinal. Isso compromete a produção de enzimas digestivas e a integridade da mucosa, favorecendo processos inflamatórios, oxidação celular e desequilíbrio da microbiota.
Mesmo em condições de dieta balanceada, a absorção de nutrientes é prejudicada, impactando diretamente o desempenho zootécnico.
Estudos mostram que aves submetidas a 34 °C por seis horas diárias, entre os dias 22 e 35 de vida, apresentaram redução de 8 a 9% no consumo de ração, perda de até 17% no ganho de peso e piora de até 10% na conversão alimentar, além de aumento na mortalidade (AWAD et al., 2019; WASTI et al., 2020).
Troca de dieta: impactos na microbiota e digestão

Mudanças bruscas na dieta, sem adaptação gradual, afetam diretamente o intestino das aves, especialmente no que diz respeito à microbiota.
Rações com baixa digestibilidade ou composições diferentes alteram o perfil fermentativo, podendo causar acidose, diarreia ou fermentações indesejadas.
Nessas condições, os microrganismos benéficos perdem espaço para patógenos oportunistas, o que enfraquece a imunidade local e reduz a eficiência alimentar.
Por que precisamos cuidar do intestino das aves?
O intestino é um dos órgãos mais estratégicos da produção avícola. Quando bem cuidado, ele garante absorção eficiente de nutrientes, equilíbrio da microbiota e proteção imunológica.
Manter a saúde intestinal preservada permite reduzir o uso preventivo de antibióticos, especialmente em momentos de desafio sanitário ou estresse ambiental. Além disso, promove ganho de peso eficiente e melhora a conversão alimentar.
Estudos mostram que frangos que receberam simbióticos como prebióticos e probióticos apresentaram ganho superior de peso e melhor conversão alimentar em comparação aos que não receberam nenhum tipo de aditivo (Maiorka et al., 2001). Isso reforça a viabilidade dessa estratégia como aliada na construção de lotes mais saudáveis e produtivos.
Com o intestino íntegro, a ave aproveita melhor a dieta fornecida, há menor desperdício de energia e o sistema imunológico atua de forma mais eficiente. Isso resulta em maior resistência a patógenos e desempenho mais estável.
Esse equilíbrio se traduz em previsibilidade zootécnica: menos variações de lote, melhor uniformidade e redução de perdas produtivas. Cuidar do intestino das aves não é um custo extra, mas uma estratégia de prevenção, performance e economia para toda a granja.
Estratégias eficientes:
- Uso de aditivos funcionais com ação anti-inflamatória e antimicrobiana
- Inclusão de ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos e fitobióticos
- Planejamento nutricional em fases críticas (pós-vacinação, verão, troca de dieta)
- Programas voltados à qualidade intestinal contínua
Proteger o intestino das aves é antecipar desempenho e evitar perdas
Vacinação, estresse térmico e mudanças na dieta fazem parte da rotina produtiva. O diferencial está em como cada sistema antecipa os impactos e protege o intestino das aves.
Quando há um plano claro para manter a integridade da mucosa, modular a resposta inflamatória e preservar a microbiota, os desafios se tornam mais previsíveis e os resultados também.
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