
Simbióticos na transição alimentar de bovinos representam uma das estratégias mais importantes para enfrentar esse período crítico da bovinocultura. A troca de dieta, seja na desmama, no início da recria ou na adaptação ao confinamento, exige que o animal se ajuste a novos ingredientes, diferentes perfis nutricionais e, muitas vezes, a mudanças de ambiente. Esse processo pode gerar estresse, reduzir o consumo e comprometer a eficiência digestiva.
Manter o equilíbrio da microbiota intestinal nesse momento é essencial para reduzir riscos de diarreia, acidoses e perda de desempenho. Por isso, estratégias nutricionais específicas, como o uso de simbióticos, têm ganhado espaço como ferramentas práticas e cientificamente embasadas para apoiar a saúde dos bovinos.
O que são simbióticos?
Simbióticos são a combinação de prebióticos com microrganismos vivos, ou biomassa microbiana com ação probiótica. Essa associação potencializa os efeitos de cada componente:
- Prebióticos funcionam como substrato seletivo, estimulando o crescimento de bactérias benéficas.
- Probióticos/microrganismos vivos contribuem diretamente para o equilíbrio da microbiota intestinal e para a integridade da mucosa.
Quando utilizados juntos, promovem uma resposta sinérgica, favorecendo a digestão, o aproveitamento de nutrientes e a imunidade local.
Saiba mais: Entenda as diferenças entre Prebióticos, Probióticos e Simbiótico
Por que a transição alimentar é um momento crítico?
A transição alimentar expõe os animais a desequilíbrios digestivos e imunológicos. Alguns exemplos:
- Bezerros no desmame: passam de uma dieta líquida rica em lactose para alimentos sólidos à base de amido e fibra. Isso exige adaptação enzimática e da microbiota, aumentando o risco de diarreia e queda no consumo.
- Bovinos de corte no confinamento: ao sair de dietas de volumoso para rações ricas em concentrado, podem desenvolver acidose ruminal subclínica, queda de desempenho e variação nos lotes.
- Vacas leiteiras no pré e pós-parto: a mudança da dieta e o balanço energético negativo afetam imunidade, aumentando a vulnerabilidade a doenças como mastite e metrite.
Esses períodos críticos exigem suporte nutricional para reduzir perdas produtivas e evitar doenças associadas ao estresse alimentar.
Como os simbióticos atuam na transição alimentar?

Estabilidade da microbiota
A microbiota intestinal é determinante para o aproveitamento da dieta e a defesa contra patógenos. Pesquisas mostram que a colonização precoce e equilibrada da microbiota está associada a maior resiliência imunológica (Torow & Hornef, 2017; Gensollen et al., 2016).
Os simbióticos favorecem microrganismos benéficos, reduzindo o risco de disbiose e mantendo um ambiente intestinal mais estável mesmo em situações de desafio.
Integridade da barreira intestinal
Os prebióticos fornecem substratos para bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), como acetato e butirato. Esses compostos fortalecem a mucosa intestinal, reduzem a permeabilidade e ajudam a conter a translocação de toxinas e bactérias nocivas. Com isso, diminui-se a ocorrência de inflamações e distúrbios digestivos durante a adaptação alimentar.
Apoio ao sistema imunológico
A associação de microrganismos vivos, beta-glucanas e mananoligossacarídeos (MOS) contribui para a modulação do sistema imune. Essa ação reduz a inflamação exacerbada e aumenta a eficiência da resposta contra agentes patogênicos.
Durante o pós-desmame ou a entrada em confinamento, esse efeito ajuda a reduzir perdas por doenças entéricas e respiratórias.
Melhor aproveitamento da dieta
Em bovinos de corte, a inclusão de simbióticos na dieta de adaptação auxilia na estabilização da fermentação ruminal, reduzindo variações de pH e risco de acidose. Isso promove maior digestibilidade da fibra e melhor conversão alimentar.
Já em vacas leiteiras, o uso de simbióticos no pré-parto pode ajudar a reduzir a incidência de distúrbios metabólicos e melhorar a produção no início da lactação.
Benefícios dos simbióticos em bovinos
Diversos estudos e experiências de campo têm mostrado ganhos consistentes no uso de simbióticos em diferentes fases produtivas. Entre os principais benefícios estão:
- Redução de distúrbios digestivos, como acidose e diarreia no desmame.
- Melhora no ganho médio diário (GMD) durante a adaptação alimentar.
- Maior uniformidade de lotes e previsibilidade de desempenho.
- Apoio ao sistema imunológico em períodos de estresse.
- Redução no uso preventivo de antibióticos, alinhando-se a exigências de mercado por produção mais sustentável.
Aplicações práticas
Em bezerros
Os simbióticos podem ser usados já no período de aleitamento, no creep feed ou diretamente no desmame. Contribuem para melhor consumo inicial de ração, menor incidência de diarreia e adaptação mais rápida ao alimento sólido.
Em bovinos de corte no confinamento
Durante a fase de adaptação a dietas ricas em concentrado, simbióticos ajudam a reduzir a queda no consumo e estabilizar a fermentação ruminal. O resultado é menor risco de acidose e ganho de peso mais consistente.
Em vacas leiteiras
Na transição pré e pós-parto, simbióticos contribuem para a estabilidade da microbiota intestinal, fortalecem o sistema imune e reduzem a ocorrência de distúrbios metabólicos, favorecendo a produção de leite desde o início da lactação.
Simbióticos como aliados estratégicos
A transição alimentar não deve ser vista apenas como um momento de risco, mas como uma oportunidade de acelerar a adaptação e preparar os bovinos para fases mais exigentes da produção. Mais do que suplementar, trata-se de direcionar a microbiota para uma rota de equilíbrio e eficiência.
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